segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Conversa de teclas batidas

Uma conversa que se desenvolveu a partir de uma simples troca de caracteres no Twitter...


JR. - As coisas vão acontecendo...
L. – Ou não.
JR. – Vão... a vida é dinâmica! às vezes inertes são os corações...
L. - Talvez? Estou tendo quase certeza.
JR. - Ela se move... talvez você que queira ficar parada!
L. - Nem é. Pode ser mais um caso de não ser a hora.

A vida no seu curso natural, de forma automática, se move! Muitas vezes pensamos que ela está parada, mas na realidade, nós que nos mantemos congelados. Tudo roda à nossa volta, fatos acontecem, mas face nossa passividade, pensamos que tudo está quieto. Esperamos que nossa hora chegue, mas acabamos por esquecer que somos parte de sua engrenagem.

L. - Isso me leva a indagar o por quê de gastar todas as fichas por algo que não tem certeza que o deseja?
JR. - Porquê os desafios são o combustível que faz a vida se mover.
JR. - De nada adiantaria vivermos num mundo de eternas certezas, de facilidade, se o q torna tudo gostoso é a dúvida, a conquista.

A vida é um jogo? O maior dos desafios? A vida têm pitadas de vários temperos. Estamos cercados de eternas dúvidas. Alguns podem vê-las como mera forma de sofrimento, mas não são. As dúvidas nos fazem pensar, aceitar desafios, nos movem, nos colocam no ritmo da engrenagem da vida. O que torna tudo prazeroso é termos a única certeza de que somente nossas ações ou omissões são a causa de nossa felicidade. Lançamos-nos ao maior desafio de todos que é a conquista de um amor verdadeiro, sem a certeza da obtenção de sucesso e da reciprocidade, mas com a esperança da vitória e consequentemente a felicidade.

L. - Mas será incerteza e conquista real, quando o indivíduo possui o sentimento, e não assume, por achar que pode viver diferente?
JR. - A vida nos oferta opções. Alguns optam por amar cegamente, outros, por sofrer de olhos abertos.

Como tudo que nos é ofertado pela vida, ficar inerte, também é uma opção. Talvez pelo fato de não ter vivido um amor puro ou uma paixão aconchegante, as pessoas têm medo de amar. Como que por um instinto natural caem no grave erro de generalizar, esquecendo-se que vivem num mundo de diferenças, peculiaridades, heterogeneidade de personalidades. Não enxergam a chance de ser feliz, que se encontra à sua frente, tudo por conta de erros ou angustias passadas, modeladas pelo tempo, que acabam cessando qualquer possibilidade de felicidades presentes e futuras.
L. - E eu nessa de ser clara demais, objetiva, sinto que desaprendi os vacilos do amor. Meio que sequei.
JR. - Ele não assume o sentimento por estar envolto nessas incertezas, de tal forma, q pensa ser a conquista algo inalcansável
L. - E porque pensar dessa forma, uma vez que me permitir ser alcançada. Sabe-se, o que sei agora, decidido, é que não quero mais.
JR. - E você foi clara na construção dessa ponte? Normalmente as mulheres são incógnitas, não tão diretas e objetivas
L. - Fui clara. Claríssima.

Pelo medo de se deixar levar pelos sentimentos, algumas pessoas preferem se lançar ao fundo de um poço, fazendo dali seu mundo, seu esconderijo, onde não podem ser alcançadas. Quando alguém joga uma corda ou tenta estender uma mão, criar um vínculo, traze-la para si, ele a ignora, prefere se manter no escuro, longe de tudo, pensa ser esta a melhor opção, mas não o é...

L. - O meu problema é. Urgência. Sou urgente. Quero o meu tempo apenas. Isso atrapalha. Tanto que 'des' gosto com imensa facilidade.
JR. – Bem vinda ao clube!
 JR. - Eu acabo sofrendo muitas vezes por ser objetivo, direto e além do q tb sofro por ser adepto do Imediato!
 L. - Para que viver etapas, se o objetivo não é comum? Falta-se sinceridade. Por isso, sofre-se diariamente por amores inexistentes.
 JR. - Pensando bem.. talvez esse modo imediato não seja tão bom, como não o é a demora. Achar este meio termo q é difícil..
 L. - Vivemos sonhando com o senso comum, mas pense, esse senso comum seria tedioso e não nos daria motivos para escrever.
JR. - Fantástico! Sonhamos com amores perfeitos, mas se todos o fossem, Romeu e Julieta seriam mais caso banal e Shakespeare mais um bêbado!



Co-autoria: Jão Roberto

Imagem: Luíç Caixote