domingo, 8 de maio de 2011

Algumas coisas que nos prendem, ou não.

E quando sinto uma absurda vontade de escrever, e fica algo engasgado na garganta, mas não saem palavras. Nada que comece a escrever é o que sinto. Há falhas inexplicáveis na minha modesta inspiração. Os últimos dias foram muito nostálgicos, e sobre eles em minha mente escreveria páginas. Mas hoje não estou bem, então deixo palavras de outro, que sucintamente soube expressar o que desejo. Faço minhas suas palavras. Ao que lhes entrego...








 Nostalgia.

Fernando Sabino, em  "O encontro Marcado".
— O que é que tem importância, então?
— Para mim? Mais nada. Para você, escrever. Fazer do seu arrependimento uma boa literatura.
— Não me arrependi ainda. Talvez ainda possa evitar…
— É impossível. O sentimento não é bem de arrependimento, é uma espécie de nostalgia — já lhe disse isso. Nostalgia daquilo que a gente não é, dos lugares onde não esteve, das coisas que não chegou a fazer… Se você não tiver isso, se um dia se sentir satisfeito, pode ter a certeza de que você não é mais escritor.
(…)
— Seria até bom, se não fosse o risco de ficar apenas com a outra espécie de nostalgia: a de tudo que a gente realmente viveu. Uma precisa da outra, para se transformar em experiência.

E assim adquirimos o que somos a cada dia. O que fui há alguns anos hoje pode parecer ridículo, contudo me construiu. Tenho saudades imensas da época de escola, do meu primeiro, segundo, terceiro amores, das tardes de não fazer nada, das fugidas de casa, do meu quarto e sua bagunça organizada. Saudade de não me preocupar ou de estar exageradamente preocupada. Daqueles que foram presentes e hoje estão ausentes. A minha, singular, vida. Posso pensar diferente amanhã, contudo, não muda o que fui e o que vivi. Desejo escrever mais e não ficar entupida de palavras aqui dentro. 

Um comentário:

  1. Nostalgia? Talvez eu não seja o mais indicado a me posicionar. O certo é que vivi grandes alegrias em minha vida. As tristezas, claro que fizeram parte, mas depois de vencidas foram devidamente jogadas no porão do coração. Mas, passado, por que me ataca? Traz à memória lembranças empoeiradas... Quer que me entristeça? Pensando bem, sei que não. Saudades não devem ser envoltas de tristezas, mas sim, recheadas de esperanças. Sabe passado, o sabor adocicado da saudade que sinto repousa nesta noite. A suave música me faz navegar... Renascem esperanças e com essas lembranças vivo, esperando o amanhã...

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